Turning Pro, por Steven Pressfield (resenha)

O livro Turning Pro, de Steven Pressfield, é bastante curto e direto. Embora fale um pouco pela experiência do autor de outras pessoas encontrando e seguindo suas vocações, ele é basicamente um livro sobre inspiração e arte (no caso do autor, a arte da escrita), com pinceladas autobiográficas. As lições e "insights" do livro podem servir para qualquer tipo de artista - ou qualquer pessoa buscando autoconhecimento ou uma expressão genuína.

Acima de tudo, é um livro de motivação. Para mim, foi bastante útil nesse sentido, e se você está buscando se encontrar como pessoa ou como artista acredito que também pode achar alguma coisa de valor aqui. 


A tese do autor é que os problemas da nossa vida não são causados por estarmos doentes ou errados, mas sim por sermos amadores, e a solução é virar um profissional. A ambição seria um fundamento sagrado do nosso ser - aceitar nosso chamado único, a razão de nossa existência. Às vezes quando temos medo de nossa ambição, criamos uma "carreira das sombras" para nos esconder dela. Se pergunte o que sua vida atual representa como metáfora para descobrir seu verdadeiro chamado - por exemplo, dirigindo um caminhão por desejar viver "Na Estrada" e escrever como Kerouac.

A "vida nas sombras" é governada pelo vício, pela compulsão, distrações - mas também por uma sensação de conforto. O que separa o amador do profissional são seus hábitos. Considere o que seus vícios significam, para qual desejo apontam. 

Tanto o artista quanto o viciado tem que encarar a dor de ser humano - a separação entre o mortal e o divino. Somos anjos presos na carne. O artista tenta alcançar o Divino por meio do trabalho e do amor. 
O amador é egocêntrico, aterrorizado, distraído e superficial. Ao mesmo tempo ele se odeia e precisa de permissão para agir. Vive sonhando com o futuro. 

Virar profissional é uma decisão que muda sua vida, mas tem que ser feita todos os dias. 

O profissional não deixa que o medo lhe impeça. Ele sabe que os outros não se importam. Ele tem compaixão por si mesmo e não procura a exaustão.  Sua vida é simples. Ele vive no presente e trabalha mesmo sem inspiração. Ele não se deixa dirigir por outros mas ajuda aos que merecem. Ele tem uma prática, com um tempo, local intenção apropriados. Há um Mistério que possibilita ao artista criar coisas que ele mesmo não entende. O artista continua apesar das circunstâncias, por toda a vida, com paciência.

Como se vê, as lições do livro são um pouco vagas e abstratas. Ele fala mais para o coração do que para a cabeça. Para mim, foi uma experiência interessante e inspiradora, que eu pretendo repetir no futuro.

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